quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Catedral

O deserto
Que atravessei
Ninguém me viu passar
Estranha e só
Nem pude ver

Que o céu é maior
Tentei dizer
Mas vi você


Tão longe de chegar...
Mais perto de algum lugar.


É deserto
Onde eu te encontrei
Você me viu passar
Correndo e só,
Nem pude ver

Que o tempo é maior
Olhei pra mim...
Me vi assim

Tão perto de chegar
Onde você não está.

No silêncio uma Catedral
Um tempo em mim
Onde eu possa ser imortal,
Mas vai existir, Eu sei vai ter que existir,
Vai resistir nosso lugar

Solidão...
Quem pode evitar?
Te encontro enfim
Meu coração é secular
Sonha e desagua dentro de mim...

Amanhã devagar,
Me diz como voltar..

Se eu disser
Que foi por amor
Não vou mentir pra mim...
Se eu disser deixa pra depois
Não foi sempre assim...



Tentei dizer... Mas vi você...

Tão longe de chegar, Mas perto de algum lugar.



(Zélia Duncan)

Fico assim sem você...

Avião sem asa
Fogueira sem brasa
Sou eu, assim, sem você

Futebol sem bola
Piu-piu sem Frajola
Sou eu, assim, sem você...

Porque é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim...

Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu, assim, sem você

Circo sem palhaço
Namoro sem amasso
Sou eu, assim, sem você...

Tô louca pra te ver chegar
Tô louca pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração...

Eu não existo longe de você
E a solidão, é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo...

Por quê? Por quê?

Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu, assim, sem você...

Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu, assim, sem você...

Porque é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim...

Eu não existo longe de você
E a solidão, é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo...

(Adriana Calcanhotto)